De mão na enxada
cavo
a terra já arada.
Rego,
encharco as leiras;
lavo
por dentro o subsolo em bruto,
de todas as maneiras
ao início do fruto,
cego.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.