Sonetos : 

(In)fluência

 
Como explicamos a corrente de um rio
com o leito de todos os afluentes?
A mistura de todas as águas associo
e as qualidades delas, tão presentes.

Esse mar em que se fazem foz,
rico em vida, peixes, algas, tridentes
de algum poseidon, neptuno sem voz,
deuses dos mitos são fortes, dementes.

Leva-nos todo o respeito pela arte
as falhas dos mais comuns dos mortais,
que nos leva a um mar de defeitos.

E a gratidão nunca fica de parte,
os defeitos fazem-nos todos iguais,
humanos. Com trejectos e jeitos...



Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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