Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 24/08/2016 09:19 Atualizado: 24/08/2016 09:19 |
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Re: escultor
Ouvi dizer, que não sou escultor, que a pedra é que diz ao artista o que quer ser.
As primeiras três estrofes dão-nos conta disso. A partir daí, torna-se ambiguo. Mantém esse teor do fascinio do escultor pela pedra. Mas a pedra sofre transformações. Torna-se viva e o tom erótico surge cheio de vida e magma. Como fica belo e excitante. Gosto deste tipo de escrita inteligente que nos incomoda. Bj |
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Volena | Publicado: 24/08/2016 11:25 Atualizado: 24/08/2016 11:25 |
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Re: escultor P/atizviegas68
Um poema muito sagaz, é natural que um artista ame a sua obra e o seduza! Pois um artista é um idealista sensível. MUITO BONITO! Beijinho Vólena
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Branca | Publicado: 24/08/2016 19:56 Atualizado: 24/08/2016 19:56 |
Colaborador
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Re: escultor
Fantástico teu poema! Pedra e escultor, que ideia genial.
Beijo Branca |
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Ro_ | Publicado: 24/08/2016 20:54 Atualizado: 24/08/2016 20:54 |
Membro de honra
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Re: escultor
Que lindo! Parabéns! Um beijinho! *-* |
Enviado por | Tópico |
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Margô_T | Publicado: 27/08/2016 09:00 Atualizado: 27/08/2016 09:03 |
Da casa!
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Re: escultor
Começamos com a “voz da pedra” que fala para a “mão”, dizendo-lhe o que quer ser, e vamos prosseguindo pelas “curvas da criação” que vão moldando a pedra com movimentos delicados e íntimos, confidenciando com essa matéria em bruto, essa “pedra virgem”.
Todavia, a pouco e pouco, surgem veios na pedra - onde se “finca” o cinzel – e a sua natureza torna-se mais flexível… moldável (“hábil e ágil magma”). Desbastando “de fora para dentro” concebem-se “vastos pomos”, “seios e ventre cheios” e até “olhos em existir silente” e uma “rosa dos ventos/no cabelo”. Este “desvelo” e este vínculo que se vai desenvolvendo entre o criador e a sua obra, atinge uma sensualidade ousada em versos como “crava o escopro em lento amaciar ama pouco a pouco a lava, fogo de donzela” Onde passámos do magma à “lava” e da “pedra” à “donzela”. Amando, as mãos do escultor exploram estas formas “em lento amaciar”, "pouco a pouco" - sendo que este “lento amaciar” contrasta manifestamente com o verbo “cravar” do verso anterior, perfazendo um contraste mag(ma)nífico. Abre-se a pedra “em espasmo” e o “peito”, de súbito, sangra… porque palpita, “fervente”, sublimando-se, passando, assim, a pedra de inorgânica a orgânica, possuindo sonhos e até tez… uma “tez inundada”. “armada” e amada “pela mão” do escultor, a pedra rompe a sua natureza crua, adornando-se “a vulcão”. Irresistível encontrar paralelismos deste teu poema com o mito de Pigmalião, de onde destaco este trecho das “Metamorfoses” de Ovídio sobre o mito: “Ao voltar a casa, logo se abeira da estatueta da sua menina. Debruçando-se sobre o leito, beijou-a: pareceu-lhe tépida! De novo aproxima os lábios e toca-lhe nos seios com as mãos. Ao ser tacteado, o marfim torna-se mole! A rigidez esvai-se, E sob os dedos cede e molda-se” Um belo poema escultural. |
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Gyl | Publicado: 27/08/2016 13:48 Atualizado: 27/08/2016 13:48 |
Usuário desde: 07/08/2009
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Re: escultor
Artesanato com as palavras que agradam aos olhos. Muito, muito bom. Abraços, Zita!
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MarySSantos | Publicado: 12/09/2016 20:19 Atualizado: 12/09/2016 20:19 |
Usuário desde: 06/06/2012
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Re: escultor
Não vou dizer muito, Zita, só que favorito.
Bjo |
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Juvenal Nunes | Publicado: 27/02/2017 22:12 Atualizado: 27/02/2017 22:12 |
Membro de honra
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Re: escultor
Um belo poema de amor como é timbre de todo o ato criativo e, sobretudo, muito original.
Juvenal Nunes |
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