Menina assimilada,
Nos teus ombros negros
Ondula cabelo da branca
Que queres ser à força,
Assimilando o viver da branca,
Pintar como branca
Falar no jeito da branca,
Mas lembre donde vens
E pra onde vais,
Quando cabelo da branca
Mais branco se tornar,
Do jeito da branca, perdes o norte;
Jamais mancarás nos salto-altos
Nem esbugalharás teus olhos
Nas festas que a branca te acostumou.
Evocarás tuas origens
Perdidas no jeito da branca
Que te ensinou viver como branca
E será tarde demais,
Nas curvas declinadas do teu tempo
Tua família já não te reconhecerá na tribo,
Assimilada, branca não és, de negra só tens viso,
Criaste teu mundo e nele, sozinha viverás.
Adelino Gomes-nhaca
Adelino Gomes
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