Nas curvas do tempo, atrás do paraíso, Vi tristeza colar-se ao sorriso apagado do rosto das crianças Pela apatia dos homens, que lhes come a esperança, Homens que de humanos, só têm o viso
Ruas enchem-se de olhares tristes da pequenada Que esmolam aqui e acolá, no olho da praça ensonada, Viram lixeira nas curavas do tempo e enchem do nada As barriguinhas enganando a fome havida
Nos lares devastados pela miséria Que assola as comunidades dos necessitados Sob olhar indolente dos governantes desalmados Que fazem da mágoa do povo, sua alegria
No longínquo mercado do leste, Como se não bastasse a mortífera peste da fome, Encomendam-se morte cravada em punhos de aço Pra intimidar a quem, à luz da verdade ousasse dar passo