Enquanto bilhões são apanhados na emoção do Euro 2016, cerca de 168 milhões de crianças estão a trabalhar para a sobrevivência. A educação e as brincadeiras são luxos para eles.
Bom, antigamente admitia-se que quando um mundo produzia pobreza, era um mundo injusto. Ou seja, que a pobreza é filha da injustiça. Hoje em dia a pobreza é um justo castigo que a ineficência merece.
A ordem do planeta é mortifera e absurda; há que mudar essa ordem criminosa do mundo. O humanismo ou qualquer escrúpulo moral, simplesmente não são possíveis num mundo onde reina necessariamente, estruturalmente, a avidez, o desejo do poder e o cinismo mais violento.
Os “donos disto tudo”, do grande capital, que derigem o mecanismo da Globalização dizem: "Vamos criar uma economia unificada pelo mundo inteiro e assim todos poderão disfrutar da riqueza, do progresso científico, do progresso comercial, dos progressos da liberdade"
Mas o que se passa é que se criou uma ecomonia de arquipelagos, uns extremante ricos, extremanante poderosos e continentes inteiros que desaparecem nesta obscuridade, nesta obscuridade de ”salve-se quem puder, mas o 1º sou eu”
Bom, no destino do mundo; vivemos dentro de uma vila global e, portanto, não se pode salvar uma minoria da humanidade, baseada na condenação à morte da grande maioria da humanidade. Segundo a ONG Oxfam, os 62 bilionários mais ricos possuem tanta riqueza quanto a metade mais pobre da população do mundo.
Sim, há seres humanos que tem “direito” a direitos e há aqueles que se encontram do lado de fora do sistema. Se por exemplo uma criança em Paris fosse entrada desnutrida na rua, seria uma revolução; mas quando acontece na india ou no Nepal os nossos “jornais de bimbo” ajudam-nos a normalizar: “E normal ser assim porque são pobres, porque trabalham pouco e não sabem trabalhar.”
Portanto, ok...hoje vamos falar da Prhiya, que personifica todas as outras Prhiyas pelo mundo fora!
«Venho de Rajasthan, India; tenho 12 anos; desde os sete que fui obrigada a trabalhar diariamente na lixeira, em busca de refugo que pudesse ser vendido para ganhar uns tostões e poder comer.”
E a história torna-se mais irónica e injusta se disser que devido a seca na região, a familia enfrentava uma crise da falta de água e foram obrigados a emigrar e, os irmãos de 12 e 15 anos foram trabalhar na construção de edifícios que tinham que ter piscinas. Ou seja, estes trabalhadores, todos eles sem abrigo, marginalizados e a maioria deles crianças; foram obrigados a fugir das suas vilas por uma crise de falta de água e estão na cidade a construir piscinas para os mesmos banqueiros que enriquecem a custa desta miséria!
São visões obscenas e repetidas num mundo que nos últimos anos tem mudado de forma vertiginosa em tecnologias de ponta mas não em termos de humanidade, tem muito que se diga!