No que estou pensando?
O amor não pode demorar
Ele anda com um pé no peito
Outro no vento
Mesmo que seja lento o tempo
A dor não pára
Com um amor ausente
O amor mais ausente
É o amor que não há
Mesmo que verdadeiro
Reflete trincado
Na parede de cristal
Amor ausente é o ventre do vento
Sempre apressado. Mesmo sem pressa
Que aborta o que há de dentro
Na menor nota doída e desafinada
Não diga nada: desaborta a dor
José Veríssimo