Riozinho amigo
Meu rio pequeno
Braço líquido dos campos
Rodeado de barrancos
Corroído pelos anos
Vai arrastando
Folhas mortas e saudade
Pôr-do-sol de muitas tardes
Ilusões e desenganos
Cruzando vales, chapadões e pantanais
Bebedouro de pardais
Branco espelho de luar
O seu roteiro não tem volta
Só tem ida
Pra findar a sua vida
Na amplidão azul do mar
Riozinho amigo
São iguais as nossas águas
Também tenho rio de mágoas
A correr dentro de mim
Cruzando n'alma campos secos e desertos
Cada vez vendo mais perto
O oceano de meu fim
Riozinho amigo
Nasceste junto a colina
Era um fio d'água de mina
Que cresceu tão lentamente
Margeando matas, ramagens, juncos e flores
Passarinhos multicores
Seguiram vossa corrente
Riozinho amigo
Quantas vezes assistiu
Acenos de quem partiu
Encontros dos que chegaram
Foi testemunha de muitas juras de amor
Quantas lágrimas de dor
Suas águas carregaram
Riozinho amigo
Sob a areia do remanso
Animais em seu descanso
Ali vem matar a sede
As borboletas em suas margens se amontoam
E depois alegres voam
Na amplidão dos campos verdes
A brisa encrespa o seu rosto de menino
Como o mais terno e divino
Beijo da mãe natureza
Lindas paisagens, madrugadas coloridas,
Encontros e despedidas
Seguem vossa correnteza.
Composição: Jose Fortuna e Carlos César.
Maringá, 13.08.16
verde
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