Um dia fomos animais famintos,
rebolando na cruz dos instintos
fomos crentes no sonho
sem a cor negra dos lamentos
Um dia sussurramos lábios, nos alizares
purpuros do vento
fomos poema sem dor nem estratagema,
parados no tempo
e do tempo fizemos beijo,
caricia molhada sufocando o desejo
fizemos asterismo nos corpos ardentes,
tão loucamente…fomos altar de Deuses,
perdidos nos lençóis quentes do momento
Um dia fizemos bolas de sabão,
refletindo os olhos nas mãos
mãos desenhando sôfregas,
momentos de cor e de paixão
e tingimos o sonho, coberto de vida,
a que não vivemos
e um dia …
é saudade fincada no corpo alado
Escrito a 14/07/13