A insônia vaga ao meu redor,
dança, baila, quer brincar
em muitas madrugadas.
Não estranho, não exaspero,
recebo-a, simplesmente,
deixo que permaneça comigo
e me leve a sonhar acordada.
São três horas, já e ainda.
Não dormi, o sono não vem
e vou criando imagens, cenas,
vejo-me a andar na praia,
sinto frio, paro diante do mar,
abraço-me... e nesse delírio
te chamo, para ouvires comigo
a voz do mar, o barulho das ondas
e, juntos, possamos sentir o frio
e desfrutar dessa ampla
e deliciosa solidão...
Sei que dormes. Sorrio.
O que importa o que penso,
o que sinto? Fecho os olhos,
e o pensamento mostra
o que não quero ver.
Agora, a insônia incomoda.
Não quero pensar. Quero dormir
e o sono não vem...
Suely Ribella ©
(No meu livro ENTRE NÓS, pág. 85)