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E:mails de um amor efemero - IV

 


Segunda, 25 de outubro de 2009

12:20 - Na Lan de Fernando.
O dia começou cedo para mim, a seis em ponto descia para a oficina, apanhar o dinheiro. As seis e meia comecei a caminhada. No trajeto, a mesma normalidade de sempre. O casal de bovinos deitados no canteiro do Praça 7 Palmeiras ruminavam pacientemente sob o olhar pueril do bezerro.Os cães em algazarras brincavam na poeira perto da torneira e o do banco vazio dos meus irmão Papudinhos. Mas sempre pensando nas cenas vividas ontem ao lado de sua nova amada. Sim, agora o nosso poeta não está só, finalmente encontrou a sua inteira cara-metade. Cada passo, uma lembrança agradável de momentos inesquecíveis... o poeta em estado de graça. O encontro consagrou de alegria todas as expectativas, tudo saiu conforme o planejado. E desta vez o universo não conspirava contra eles. O primeiro olhar, depois de uma pequena espera na Parada as 17 e alguns quebrados. Na vista parecia aquelas cenas de filme,onde tudo fica em câmera-lenta e entra o fundo musical.O poeta alegre como um colibri ébrio diante de tamanha beleza exuberante... ela de modelito preto, os cabelos negros e curtos. Ela sorria. A primero beijo meio sem jeito e a indecisão de não saber para onde ir. Então em comum acordo decidiram rumar para Ribamar. Uma van parou e tinha duas vagas e eles embarcaram feliz como um velho casal de namorados. Minutos depois desciam na parada final das Van atrás da Igreja de São José de Ribamar. Caminharam até a estátua do santo e se sentaram no calçadão de frente para o mar e começaram a trocar confidencias como todo casal iniciante fazem. Mas eles não são um casal comum. São dois artistas da palavra, dois poetas que num lance imagináveis do destino estavam ali realizando um sonho que começou a no domingo retrasado,quando por obra que ninguém sabe se cruzaram na mesmo chat. O poeta embevecido pela beleza e pelo encanto de sua nova amada, viajava em silencio, absorvendo cada segundo e cada palavra que ela dizia. Depois foram a beira-mar, ficaram alguns minutos, percebendo que era um local improprio, voltaram para praça da igreja. Mas ao constatarem que ainda estava cedo, foram beber agua de coco. Desceram para o mirante e resolveram sentar para conversarem mais um pouco. Ele deitou-se no banco e apoiou a cabeça nas pernas dela e começaram a descobrir os seus gostos musicais. Tudo ia bem, quando surge do nada, um rapazinho aparentemente ébrio ou chilado que quebrou todo o clima. Depois de alguns minutos resolveram que era hora de voltar, inventaram um desculpa,levantaram-se e partiram deixando o bebum falando sozinho. Apanharam a primeira Van que viram. Sentaram-se as ultimas poltronas ao lado da janela. Indiferentes as razões, entregaram-se ao beijos ardorosos que só os amantes e apaixonados sabem fazer. Foram minutos de puro prazer. "Se eu digo venha / Você traz a lenha / pra meu fogo acender" - a volta foi a coroação de todo um sentimento que ambos nutrem um pelo outro. Desceram da Van e foram para casa de sua ex-cunhada onde ela esta hospedada. Para a surpresa do poeta, o ex-dela estava presente bebendo com eles. Ela o apresentou rapidamente. o ex-marido começou a praguejar uma versão do poema do Gonçalves... depois quando, ela voltou com as sacolas, o mesmo começou a falar umas idiotices que só os ex- falam por ciúme. Foram para a parada, um beijo e um abraço afetuoso foram suas despedidas e o poeta voltou inebriado - agora as coisas tinham outro sentido, uma nova vida descortinavam para ambos...
13:00 - A amanhã foi bela, fui comprar da ferro da cruz, a portão da Universidade estava fechado, mas depois um segurança veio abrir e assim atravessei o Campus,pensando que mais tarde ela estaria lá, para resolver os seus problemas acadêmicos. A caminhada foi relaxante e os livros sensacionais... temos os meus gostos literários e outros também que se combinam num encaixe perfeito . Te adoro, Day - você faz brilhar o meu triste sol que antes adormecia dentro de mim. Me sinto mais fortalecido, pois agora tenho um amor e vou trata-la como uma Rainha. Sou seu servo, My Lady Day. espero que esse sonho não morra... Deus é que sabe...









Extraido do livro do mesmo nome publicado pelo Clube de Autores (www.clubedeautores.com) e pela Saraiva (www.saraiva.com)
 
Autor
r.n.rodrigues
 
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