Trancaste a noite nos nossos olhos
No dia em que os versos
Esfriaram a saliva quente
Dos teus dedos
Hoje tudo parece pedra
Num rio gelado das letras
As palavras,
Já não desaguam como lava
Na alma dos leitores…
…vigiadores da tua arte
Nas linhas das folhas,
Já não poisam
Os vocábulos
Mágicos
Do teu interior
As linhas,
Se tornaram veias
De uma página
Anorética
Sem tinta
Esperando o teu amor de escritor
O pior de tudo
É saber que no teu mundo
Algo não está bem
Saber,
Que pior das ausências
São as feridas das doenças
Da dor que não se partilha
Para ser mais fácil de travar
Sem puder aliviar o teu sofrimento
Rezo com ternura
A tua cura
Esperando que renasças
Com o alento reforçado
De amar vivendo
Sem desperdícios de tempo …
Força...
As garras surgem como fé
E o amor como coragem