Poemas : 

Foi

 
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Foi obra na escuridão,
na arte da verdade que nasceu,
as flores que sorriu,
para o norte que cresceu.

Foi corvo que para a morte,
no cântico da noite corveja,
desprezando a inimizade,
da antipatia que inveja.

Foi lobos que uivou,
sabendo que a noite voltava,
os desejos conscientes e inconscientes,
para o reino que nunca chegava.

Foi solitárias as árvores,
outono que as despia à ultima folha,
com o zumbido que se ouve,
nos passos da grande escolha.

Foi recolha na brava maré,
que calhou o desprezo,
ocultando a espada,
da sombra que a tanto prezo.

Foi inspiração naqueles momentos,
que a dança virou cantiga,
e o cântico virou em nada,
que se tornou numa coisa antiga.

Foi homem que chorou,
a tempestade que caiu,
quando as asas voava,
os seus sentimentos que se partiu.

Foi como uma jarra,
de barro mendigado,
fruto do que semeou,
quando recolheu já estragado.

Foi terra em que sentiu,
as passadas da tristeza,
e dor que bateu à porta,
de tudo que se despreza.

Foi crueldade que se congelou,
na neve que pariu,
a filha de todas as lágrimas,
pelo espírito que fugiu.

Foi longo o tempo,
para toda esta cura,
foi sem cirurgião que sarou,
esta cicatriz que tanto dura.

Foi na companhia dos pássaros,
que o dia voltou,
naquela dona da ansiedade,
que na madrugada muito alcançou.

Foi olhar que viu,
muito mais do impossível,
vindo no sentimento,
tornando se imprescindível.

Foi a saudade que gritava,
qualquer coisa que chamava,
era arco íris que do céu,
travessava e tanto brilhava.

Foi chuva que molhou,
a pele que tanto repisava,
a pérola de um nome,
de alguém que demasiado amava.


Hugo Dias 'Marduk'

 
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HugoDiasMarduk
 
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