OUTRORA
A saudade é a perda do presente
Para um passado tido como ledo.
Pena não ter sabido desde cedo
Que bens se tornam males tão-somente.
Pareço-me um vilão que se ressente
Ou ignora os paradoxos d’esse enredo
Feito de solidão e mesmo medo,
Sempre a burburinhar dentro da mente.
Viver a reviver hora passada
Por lhe buscar sentidos para o olvido
E mesmo embelezar o nunca havido.
Assim, o enfado próximo do nada,
Faz-me perder os dias relembrando
E a dor revisitar de quando em quando.
Belo Horizonte – 06 04 2007
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.