Pelegrino
Somente um naco de pão
em sua mão encardida e suarenta
apenas isto alimenta, o seu coração.
Era igual a um espaço em expansão
não fosse ele quem era
e se não era, não haveria algum mal
estava apenas sujo
por que parte era homem parte animal.
Como um poema imundo
era água terra lama e chão
um falso vagabundo
na derradeira expressão da palavra clava
que fere só ao ouvir falar.
Quem sabe um dia houvera beleza
presa em algum passado sem rosto
hoje resta apenas o consolo
e o seu oposto a aflição.
Em paz com a sua consciência
do seu parco naco de pão ainda deixava
cair migalhas espalhadas pelo chão
e na sua linguagem surda e falha
procurava a beleza em cada olhar.
Era uma paixão desmesurada
Pelegrino que era e que passava
pela vida...a vagar.
Alexandre