Risquei a testa
Em nome do Pai
Me lambuzei de cinzas
Pra fugir da Cruz
Me afoguei na Pia
Nadei no Jordão
Saudades da Galiléia
Pão e vinho de sangue
E tu Maria, sempre firme
Me destes a luz e o escuro
Na claridade inocente do amanhecer
Ou de um dia cheio de filhos ao anoitecer
Me ensinas porque chorar. Resolve a dor?
E a fé? Alimento da alma. De quem tem
Maria me manda teu filho. Meu Irmão
Durmo nas tuas palhas. Como do teu pasto.
Das tuas contas faço a oração
Sejas sempre o ouvido dos surdos
O nascer do limpo no sujo e mudos
Maria Madalena, mãe do meu Irmão.
José Veríssimo