VENTO VELOZ
(Jairo Nunes Bezerra)
De repente o vento abriu a janela de minha sala,
Abriu-a com força e precisão...
Da aragem o cheiro forte ainda exala,
Veio da maré a poucos metros , em decomposição!
Em fila avançam centenas de caranguejos,
Seguem ordenados para destinos incertos...
Fujo deles, não os aprecio. Finjo não vê-los,
Embora de sua proximidade esteja sempre perto!
Vigora o pleonasmo complemento de rima,
Compactuando com as nuvens azuladas de cima,
Que realçam o meu espaço!
E solitário evidencio a inesperada beleza,
Da paisagem a existencial realeza
Vivificada com os meus atuais e múltiplos passos!