A MEU LADO
Triste amiga que sorri a toda hora.
Ó morte que caminha a meu lado
No vazio, silencioso estejas presente.
Do semblante pálido do sol de outono
Derradeiro fio de luz que brilha entre as arvores.
Ó morte com sua sombra silenciando tudo
Oportunista e leal ao seu proposito
Alimentando-se da dor e sofrimento dos vivos
Parando o tempo em que a vida caminha
Apagando a existência e secando as lagrimas
Respingadas no chão pueril,
Envelhecido e ressecado pelo sol ardente
Caminho que se rende a forças vitais
Indo embora onde se transforma em trevas
Da nobre vida que se leva o segredo
Onde o gosto amargo absolve o veneno,
Largando o corpo esvanecido
Usando da dor, o castigo.
Imposto por viver e dar a vida
Sombra da luz quase apagada,
Feita de mais morte e silencio
Em que tudo começa de um nada tão modesto,
Repentino, sumindo ilogicamente.
Restando a duvida imprescindível
Emoldurada com o vazio predominante
Imagem em que a visão se destorce
Resultando em um significado não plausível
Assim dando origem a vida,
Escondendo por trás da terrível morte
Inevitável e costumeira
Que tudo se consuma a seu tempo
Despida de valores ou barganhas.
Ó morte que varre os sentimentos
Enganando com sossego, fazendo cair em seu sono,
Escondido em sonhos eternos
Vagando em um labirinto as margens da meia noite
Esperando que as cordas se rompam e nos lance eu um vazio
Que tudo acabe como comece de um nada predominante...
Aparecido L. Ferreira