Fiz-me amanhecer quando a noite acercou-se de ti,
para que soubesses que sempre terias apoio,
um ombro no qual pudesses recostar a cabeça,
confiando-me teus íntimos sonhos mais ousados.
Aqui poderias inclinar os ombros e descansar,
tua dor acalmar-se-ia na profusão das madeixas,
amainaria teu sofrimento, ouviria as tuas queixas,
da minha boca não exalaria um só sequer lamento.
E fiz-me anoitecer quando, um dia, te afastaste,
como o luar meus olhos brilharam na noite profunda,
para que soubesses que sempre haverá um caminho,
no final do qual sempre encontrarás refúgio e abrigo;
para tuas dores sempre... sempre encontrarás ombro amigo.