Cantam alegrias nas ruas atrás dos muros altos que construíste,
soam estridentes os risos de tua alma através da janela.
Até mim resta a trilha esburaca do suportar insano,
de íntimos sentimentos escoltados escarnecendo ela,
atormentada por acordes distantes de um violino cigano.
Bater de asas me diz que os pássaros se foram sem nostalgia;
aos gorjeios alegres saíram pela janela aberta.
Enquanto o tempo vai passando lento, na monotonia,
posso sentar-me, ouvir os sons lá de fora pelas cortinas coberta,
imaginando que poderiam desaparecer de vez essas paredes.
Cortinas deveriam ser para sempre arriadas
alimentando em mim a ilusão que meu amor tu pedes,
não haveria mais motivos para portas lacradas.
E tu poderias estar sentado ao meu lado então.