Sinto que te perdi mesmo antes que fosses meu de verdade, e sinto pena deste meu sonho traído e inacabado.
Mas quem teve culpa? Tu? Eu? ou ninguém?
Eu sinto um desespero tão grande dentro de mim, que sinto que o coração me vai saltar aos bocados fora do peitro, e vai esvoaçar por aí nalguma nuvem à espera de encontrar o que resta do teu, e ambos se vão integrar e transformar-se num só.
Que absurdo!!
Sabes o que me apetecia fazer agora? Não! Claro que não! Tu não podes adivinhar os meus pensamentos.
Apetecia-me pegar numa mala e atirar lá para dentro umas camisolas de gola alta, dosi pares de calças de ganga, umas botas altas, roupa interior, os meus crenmes, a escova de dentes, e pegar naquilo que resta de mim, meter-me num avião e ir rever o nevoeiro, a neblina junto ao mar da ilha italiana, mas levar-te comigo. Chegar á Sardenha, te agarrar as mãos antes que algo te aconteça. te beijar os olhos, acariciar ois teus cabelos, beijar-te e dizer-te que quero viver cada minuto ao teu lado.
Mas as lágrimas escorrem-me pela face aos borbotões, e chegam salgadas à minha boca.
Tão salgadas e tão amargas, como esta tristeza que me vai matando aos poucos...
E.L.
2008/11/02
E.L.