O jovem garoto que voou
E que naquele mar se afogou
Seu pai te alertou
E por deslumbre, dele se afastou
A liberdade e tranquilidade em ti, pairou
O Sol te iluminou
E teu desejo em alcançá-lo, radicou
Pois então a cera das asas se soltou
Fim de sua liberdade isto culminou
"Não se aproxime do Sol", seu pai lhe falou
E vendo-o próximo aos rochedos do mar
Ele se pôs a chorar
Uma ilha com teu nome irá chamar
Um jovem que viu sua vida passar e acabar
No momento em que conseguiu se libertar
Junto ao seu pai, o labirinto escapar
A luz de sua liberdade acabou contigo
Quem sabe era este teu destino?
O que parecia impossível foi feito
O plano de fuga perfeito
Pai e filho fugindo daquele jeito
E no fim, termina com ele no leito
O erro que cometeu não pode ser desfeito
Por causa de Tesseu, isso aconteceu?
O terrível Minotauro por fim faleceu
A Minos, Dédalo prometeu
Uma obra de arte ao rei, ele deu
Mas no final, o filho do rei perdeu
E pai e filho, Minos rendeu
Para dentro do labirinto os mandou
Pela morte do monstro, nunca os perdoou
Dédalo, em luto, em uma ilha se refugiou
A morte da pessoa mais querida
Do sobrinho Talo, inveja mal vista
Atena, lá do penhasco ele o lançou
Em um pássaro, pela deusa, Talo se transformou
E no enterro de seu filho, Talo observou
Será que a vingança ele alcançou?
Por que os deuses deixaram sua morte acontecer?
Desculpem, mas isso não sei dizer
Minos se arrependeu do que fez?
Mesmo que a cera da pena se desfez
Ícaro voou pelo menos uma vez.