<br />Por detrás de um som de uma guitarra
Surge um silêncio sem suspiro
Sem partida ou chegada
Teu encanto se desmancha
Por cada alvo que tu me falhas.
Sem saber o que pretendes
Passador bem perfurado me sinto
Escorrendo com os olhos
As gotas de sangue que feristes em mim
Nessa competição sem limites ou tempo...
Mas ao som da guitarra
Os passos vibram na corda do trapezista da vida
Aguardando o resultado
Dessa urgência sem precedência
Do teu atirar das facas.
Por casa que se caiu
Mas um rasgo me fizestes
E no meio da confusão
Ouvi teu nome gritado ao vento
E dizias de quem mais amavas...
Só depois é que apercebi
Teu sussurro que fizeste
Ao meu ouvido
Que o tiro era Cupido
E a seta, em coração, foi atingido.
Fiquei a ver teu corpo em repouso
Em minha toca de silêncios
Vi as tuas linhas a despertar
O que o coração já tu sabias
E a obra surgiu em ti num dia.
Pelos campos das flores
Os sons das guitarras
Percorrem nos lençóis do tempo
E eu aqui parado te vejo
Como fui parvo não ter-te dito
O que o coração já tu sabias.
@ Setúbal, 2-3-08
P de BATISTA