Herói
Gritos de horror
No meio do casarão
O fogo tá comendo
A estrutura do panteão.
Todo mundo assustado
Um menino geme ao lado,
A vida vira fumaça
Onde assiste a população.
Revolta e desespero
No lugar inteiro,
O povo já sem dinheiro...
De vermelho vem um vulto
Com mangueiras na mão
O bombeiro valente
Abre o caldeirão.
Num gesto de heroísmo
Ela adentra o inferno
Traz o menino desmaiado
E a mãe solta um palavrão.
Uma simples vela
Queima a vida
Mas com o bombeiro,
Ela é revivida
E do inferno
Chegamos à porta do céu
Soldado dos enfermos
Que num amor à humanidade
Vira o Senhor da vida e da morte
Mas nem ele sabe a própria sorte
De viver um país
Em que herói não ganha o pão!
Marcelo de Oliveira Souza,IWA