As mãos estendidas
O olhar insinuante
O corpo dominado pelo fogo
Os braços sem o fôlego dos abraços
O silêncio a dominar a paisagem
(E tudo era um rasgo de memórias)
Tudo era a indiferença
quando com a fúria dos olhos arregalados
se sorviam, frios, desertores da ordem
dos sorrisos mediáticos
O opostos ali circunscritos dobravam os sinos ao toque da alvorada
Os sons metálicos a culminar com as horas rentes à lareira acesa
A chama no sinuoso espaço fechado
desabrigada na continua expressão do corpo
enquanto os dedos apontavam todos no mesmo sentido
(O inverso movimento das sombras sedentas de novas histórias
consumiam o ar que ainda se respirava)
Dementes mas crentes
ainda num pensar desobstruído
sem medos
sem postura, nem a compostura
tão pouco a formosura
raiada por suores frios
que dominavam o espaço dos corpos
na penumbra
ÔNIX