Não deves ter desesperança,
Enquanto cada estrela incendeia,
O silente orvalho se lança
E o sol nascente tudo clareia
Não à desesperança, embora
O pranto vá jorrar:
Mas os áureos anos de outrora
No peito hão de permanecer.
Todos choram, como se deve,
O ar, qual nós, dá seus ais,
O pesar fica sob a neve,
Vêm folhas outonais,
Que revivem pelo seu fado
O teu nunca é rompido:
Vai, mesmo que desanimado,
E jamais dolorido!
Emily Bronté (1818-1848), escritora e poetisa, autora de "O morro dos ventos uivantes".
Este poema foi traduzido por Renata Cordeiro.
Imagem: Laurence Olivier (Healthcliff) e Merle Oberon, em cena da 1ª gravação de "O morro dos ventos uivantes", de Willian Wyler, 1939.