Confesso que te amei, amor, confesso,
que em ti nunca acreditei, que solidão,
ai agora, separados, só te peço,
Amor, que o nosso Amor não morra em vão!
Não sei porque te amei eu já não sei!
o que em ti me fez querer-te (que agonia),
entregar-me a ti (jamais) nunca pensei,
és noite que antecede qualquer dia ...
E és dia que procede qualquer noite,
és terra semeada, terra que sepulta,
um triste que não tem onde se acoite.
És nada sendo tudo p'ra quem te ama,
és na torre o capitel já sem voluta,
és ainda, no meu peito, a força desta chama!
Richard Mary Bay
"o Último Romântico"