Estamos numa convergência com trânsito diversificado, pois, ao alcançarmos um lugar comum, trazemos e, levamos conosco, uma roupagem desigual a cada momento dos nossos deslocamentos uns, passando por passarelas monumentais, outros, trafegando pelas sarjetas defectíveis. Os primeiros, se deslocando em automotores e, os demais, em arremedo de carroças ou, sobre as solas de seus rotos sapatos. Os privilegiados da sorte e da fortuna têm jóias expoentes da sua magnitude, os outros, se chafurdeiam nos gravetos, espinhos e dejetos ao seu derredor; recebendo pelos caminhos da sua miserável vida, apenas, o descaso e... Escaramuças seqüentes! Os abastados são assistentes homenageados nos teatros e circos, deixando os demais no picadeiro, os observando das coxias ou camarotes, às suas visitas aos sanitários, a limpar os estrumes. Os expoentes são guias no volteio das pompas, porém, os outros, quando se deslocam, são escoltados pelos olhares desconfiados, que consideram as suas palavras como de estelionatários, considerando-as o oposto dos que tem o poder monetário. Os perfumes seduzem e, se entregam aos poderosos, deixando aos infelizes carentes a sua fedentina e a dos locais em que percorrem. A cada passo que damos, por caminhos diferentes, faz a nossa convergência ao Tribunal do Ajuste! Num julgamento sem apelação, nos despojando da couraça material, onde só terá valor à essência da alma (ou espírito) após ser extraído a jaça corpórea. Assim, veremos que os folguedos e negativa de ajuda aos infelizes das margens, ofuscarão todas as “obras”, por ventura, praticadas pelos privilegiados e, a Corte não terá... Clemência!
Em seguida, apresento uma poesia de minha autoria inédita, e alusiva ao texto:
LUXO E CONDENAÇÃO
Se estás na passarela Sou jogado nas sarjetas. Tu viajas em automóvel Levam-me em... Carroça!
Quando tu tens flores, Carrego os espinhos. A ti, liberam ou amores, A mim... Os escarros!
No circo, tu és assistente, A mim, sobra o picadeiro! Na coxia, observas os astros, No sanitário, limpo o estrume!
És guias no cortejo das pompas, Sendo andarilho, sou... Escoltado! Tuas palavras são “cheque ouro” Às minhas de... Estelionatário!
Os perfumes te seduzem Querendo mesclar a ti, A fedentina me acompanha Querendo assimilar a mim!
olá poeta, mais um desabafo da desingualdade social...que cada um pague pelos seus atos e consciência. De mim, faço minha parte. E vamos em frente que a fila anda....rs