Minas há!
No sorriso da criança treteira
No corpo da morena matreira
Minas há!
No canário chapinha cantando na soleira
No bêbado que rola na serra de bobeira
Minas há!
Na sua semente que fecunda na videira
Na canção do sol que canta a leiteira
Minas há!
No seu ouro que dorme dentro da pedreira
Na toada alegre da terra que toca a violeira
Minas há!
No primeiro choro gostoso que cuidou a parteira
No galho de ipê onde pousa o sabiá laranjeira
Minas há!
No baile da roça onde encanta e toca a sanfoneira
Na minas criança que faz poesia e já nasce mineira
Minas há!
Na moça sem esperança que se pinta de carvoeira
Na cerca reta e forte de arame e tronco de aroeira
Minas há!
Na mão que amassa o barro e corta a madeira
No olhar de menina que encanta a carpinteira
Oh! Meu bom mineiro!
Menina carapina
Minas menina
Que a gente vai levando
No ponto mestre que a vida nos ensina
Que no pote de ouro onde dorme Minas
Tem outra Minas gerando outras Minas
Que vão se batizar com o nome de Minas Gerais.
José Veríssimo