Se os meus olhos não te vêem
como vêem toda a gente
desta vida nada têem
hão-de amar-te cegamente!
Ao viver não sei por quem
fui cegando pouco a pouco
fui mais cego que ninguém
ao amar-te como um louco!
E a minh'Alma fez-se cega
como um cego que não vê
tanto tempo à tua espera
à espera não sei de quê!
E em cada madrugada
já não dói o teu desdém
se eu p'ra ti não fui nada
tu p'ra mim não é ninguém!
Ricardo Maria Louro
Ricardo Maria Louro