Nessa terra batida,
Debaixo do chão de meu Deus,
Mais uma alma se perdeu.
Na noite encontrou seu conforto,
No medo a sobriedade,
E no mundo encontrou seu lar.
No corpo esguio e cansado,
Os cabelos compridos,
Fez das ruas o seu ganha pão.
Aqueles sonhos de infância,
Todos jogados ao chão,
Maltratados pelo longo tempo.
Um sorriso azedo, amargo,
Olhos sem brilho, opacos,
Acabou a infância, passado.
Sozinha nesta longa jornada,
Com o desprezo acostumada,
Morreu mesmo estando viva.
Uma realidade dura e dorida,
Onde encontramos tantas vidas,
E ninguém mais enxerga nada.
São tantas almas perdidas,
Tantas histórias parecidas,
Esperando a morte iminente.
Você que passa e não enxerga,
Pare e repense em sua mente,
Se está certo aceitar e ir em frente,
Porque as mudanças partem da gente.
Tatiane Nunes Freire