O VEXAME
Não ter amor próprio é próprio do amor,
Porque quem ama tem, não raro, em mente
Mais confusões que luzes, simplesmente,
Se busca em nua pele algum calor.
Sem noção quem se diz um amador
E, inobstante, calando-se consente...
Arrasta-se ilusões mais para frente,
Quando o que mais tolera é dissabor.
Públicos, seus pecados e misérias,
Ora à boca miúda entre pilhérias
Escuta-se com grande alvoroço.
De cabeça baixa passa e sequer olha.
Mal esconde que às suas faces molha
Enfim a última lágrima de moço.
Betim - 19 06 2016
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.