Contos : 

Viajamos Entre as Mentes

 
O Ser é que cria a experiência. O espaço, altura, largura, distância, paredes... Nada disso existe! São meros artifícios para a experiência. O que há, na verdade, é uma rede realmente infinita de pensamentos que se entrecruzam, cada um percebendo o seu próprio, e aquele que pode compreender.
Olhe lá fora para o seu mar... Ele foi uma criação mental um dia, de um Ser que achou interessante aquela formação. Outro Ser, então, percebeu a "imagem" criada, achou-a interessante, e a incorporou a si mesmo, passando a compartilhar com o "criador" original, aquela "imagem" marítima. Claro que ele acrescentou algumas coisas pessoais a esta imagem agora compartilhada... como nuances de verdes e azuis.
Uma outra entidade então, vendo o que as outras duas compartilharam, resolveu participar também... acrescentou marés, a sensação do molhado, o som gutural das ondas... Outras vieram, e cada uma acrescentou de si, algo que lhe agradava: peixes, algas, uma praia... E assim, dividiam entre si a experiência sensorial e mental, vibrando na mesma faixa, percebendo uma mente o que a outra percebia. Pois tudo é mental. E você mesmo se divide em dois, ou em três, às vezes, se perceber bem...
Isso foi há muito tempo, em seus termos. Tempos imemoriais demais para relatar. Essas entidades alçaram voos maiores, criaram outras realidades inexprimíveis das quais compartilham agora entre elas. Realidades impossíveis de descrever para vocês.
Mas vocês, enquanto fragmentos mentais dessas entidades ancestrais, percebem o que elas deixaram para trás. Porque vocês mesmos são partes delas. Filhos de um sonho. E aprendendo a criar ainda, um dia vocês mesmo criarão as suas próprias realidades, e encontrão aqueles que desejarão partilha-las com vocês. Até que um dia, fragmentos de seus próprios pensamentos criarão consciência, e experimentarão os sonhos que vocês mesmos deixaram para trás, ao alçarem novos voos.
E assim caminha a eternidade, em ciclos. Criadores e criaturas. Numa onda infinita, onde a única diferença é aquilo que se pode e se quer perceber.
O estado de ser, É. Ele não precisa da matéria para existir. Ele existe por que ele É. Todo o resto é derivado, porque nada existe sem uma vontade, e para ter vontade é preciso Ser.
Só alguém que É pode expressar-se. E a expressão em seu mundo traduz em som, em ondas. E o som, por sua vez, em palavras. E a alma da palavra, aquilo que a ela imprime movimento, chama-se Verbo.
Verbalizar é emitir uma vontade em ondas. E é em ondas (vibrações) que um pensamento atinge o outro. E assim que você se identifica com o outro do lado de cá.
O seu ego é só um artificio, usado pela mente para especializar a experiência. Como quando você fecha um olho para mirar melhor com o outro. Se você visse a verdadeira realidade do que te cerca, ficaria extremamente desorientado. Dia virá em que coisas serão reveladas outra vez. A humanidade partirá de novo para novas percepções. Aqueles que estiverem prontos. Mas o ego de muitos está viciado, não viveriam sem esse mundo de ilusões. Para esses, bastam que as ondas se arrebentem nas pedras, desde que sejam saciados em seus instintos básicos. Eles ficaram aqui ainda, por muito tempo em seus termos. Esse mundo como está basta a eles, chegam mesmo a se regozijarem com a violência, a ganância, a desordem. Vibram na mesma faixa.
Alguns, alçarão seus voos. Levarão daqui a experiência para fazerem coisas melhores, e não repetirem o que viram de pior aqui. Não há como descrever, numa linguagem que possam entender, a luz e a pujança que resplandece em realidades assim...


j

 
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London
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/06/2016 15:37  Atualizado: 21/06/2016 15:37
 Re: Viajamos Entre as Mentes
Aliamo-nos àqueles cuja faixa vibratória comunga com a nossa.

O pensamento bem alinhado, conecta-se indubitavelmente com a esfera superior evoluída, ocorrendo o mesmo com aqueles que ainda não tem a real percepção do Belo...ou do Bem, se assim quisermos delinear.

Teus textos são fantásticos! Puro ensinamento de verdades que ainda, muitos, não conseguem discernir.

Um abraço,

Anggela