Poemas : 

O Embalar da Vida

 
Não vejo ninguém,
Vagueio no meu imaginário
Qual folha velha ao vento,
Sem destino, sem casa...
Olho ao fundo uma gasta nuvem,
Fumo num horizonte precário,
Pessoas que invento,
Uma mulher de veste curiosa.

Seco os olhos com o Sol,
Estão sujos por aqui andar
Por olharem esta mísera vida,
Corropio de sensações putrefactas.
Amontoam-se rebuscadas letras num rol,
Num desgosto ímpar
Que levanta a alma destemida,
Desenhada por ciências exactas.

Passeio as minhas palavras,
Largo-as perdidas no papel
Alvo, só e virgem,
Cruzo-as com pensamentos,
Olhar obsceno desfeito em sombras,
Fruta da vida, com sabor a mel...
Suave como a tal nuvem
Que se desfaz em curtos momentos.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/03/2008 19:46  Atualizado: 01/03/2008 19:46
 Re: O Embalar da Vida
Olá poeta, essas nuvens passageiras são como devaneios mentais, que de repente chegam e se desfazem, em insights momentâneos! Interessante percepção que vc descreveu! Amei ler!bjs



Enviado por Tópico
Alberto da fonseca
Publicado: 01/03/2008 20:41  Atualizado: 01/03/2008 20:41
Membro de honra
Usuário desde: 01/12/2007
Localidade: Natural de Sacavém,residente em Les Vans sul da Ardéche França
Mensagens: 7080
 Re: O Embalar da Vida
Olhos sujos por aqui andar!, Só os que não querem ver o que se passa, é que não têm os olhos sujos.
Bravo
Abraço amigo
A. da fonseca


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/03/2008 20:48  Atualizado: 01/03/2008 20:48
 Re: O Embalar da Vida
Olá!

Com um "amontoado" de letras tu construíste bons versos em um poema de reflexão e desencanto que deixa-nos a boca o sabor do mel.

Bjins meus, Betha.


Enviado por Tópico
Ledalge
Publicado: 01/03/2008 22:48  Atualizado: 01/03/2008 22:48
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Localidade: BRASIL
Mensagens: 6868
 Re: O Embalar da Vida
Analiso esse poema da seguinte forma: você completa a folha alva com tua imaginação; a desgasta profundamente. Na abstração das palavras se vê inerte, solitário. Tenta expurgar seus ais, sente prazer em ver a resposta da tua lavra, mas como uma sentença ao degredo, sente-se o mais triste dos mortais.
Apenas expressei o modo como analiso um poema que me prendeu muito mais a atenção. Ledalge