Perco - me numa letra constante
De palavras bruscas ou desiguais
Que nada me dizem de importante
Que apenas traduzem a minha carência de mais.
Aquelas velhas memórias
São um sonho incomprido
De uma realidade alternativa
Do que um dia, poderia ter sido.
Naquele olhar frio e estático
Que de maneira nenhuma me espantou
Penso que foi daquela maneira
Que a infelicidade a mim me encontrou
Agora perdi - me no nexo
Desta vida que me foi dada
Todavia não sei porque, se a pedi,
Eu sinceramente não me lembro de ter pedido nada.
Eu bem que tento aproveitar
Cada segundo que eu passo aqui
Emboras as vezes as minhas circunstâncias
Justifiquem, a razão porque nesta quadra eu lhes menti.
Nuno Gonçalves