Poemas : 

UM CONTO DA HISTÓRIA

 


Tenho Jesus como fé
Quebrei porteiras no sertão
Não matei de faca nem de garrucha

Sorrindo matei sonhos e de sede minha gente
Que país é esse que não completa sua historia
Que povo sofrido entre delatores e amores sem lição

Que conta sem fim, ladainha e num tem ninguém pra pagar
Trabalham juntos no mesmo cativo, cocho comum de branco e preto
Choram chicotes que ferindo choram costas e bocas a sangrar, choram!

Não tenho tempo, canto e misturando dor e amor, quero o certo pro meu povo
Gente com fome não canta, chora; aluno sem escola não aprende: desaprende!
Barrigas vazias latejam e se não há igreja, não há fé, nem santo sem esmola! Fé


José Veríssimo

 
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veríssimo
 
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