Tenho Jesus como fé
Quebrei porteiras no sertão
Não matei de faca nem de garrucha
Sorrindo matei sonhos e de sede minha gente
Que país é esse que não completa sua historia
Que povo sofrido entre delatores e amores sem lição
Que conta sem fim, ladainha e num tem ninguém pra pagar
Trabalham juntos no mesmo cativo, cocho comum de branco e preto
Choram chicotes que ferindo choram costas e bocas a sangrar, choram!
Não tenho tempo, canto e misturando dor e amor, quero o certo pro meu povo
Gente com fome não canta, chora; aluno sem escola não aprende: desaprende!
Barrigas vazias latejam e se não há igreja, não há fé, nem santo sem esmola! Fé
José Veríssimo