1:35. Imagino que durmas. Imagino que sonhes...
Imagino-te aconchegada num lençol de meio verão, sem rendas no corpo, porque pétalas te cobrem.
Que encantamento me permite a luz acesa e branda, por poder olhar-te e desfrutar-te quieta e linda!
1:36. Beijo-te os olhos fechados. Acaricio-te, de leve, o rosto e os lábios.
E fico trémulo, ao tocar ternamente num sonho que dorme...
1:37. Passaram dois minutos a sentir-te, a respirar-te, a beber do teu cheiro e a saber que estás ali a entontecer-me de fascínio...
E bastou-me esse instante, para te saber e saber-me no mais belo instante que vivi!
"Adoro-te, quero-te" - queria dizer-te.
Mas como poderia ousar dizê-lo, se dormias e sonhavas e só eu estava acordado?
Se o teu sono e sorriso (sim, sorrias dormindo), valiam multo mais do que eu, ou que mil palavras bordadas nas mãos, mesmo que emocionado te olhando e me apetecendo acordar-te.
João Luís Dias
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