Pra ser amor
tinha que deliciar-te
aliciar-te sem apelo
nem agravo
Tinha que atropelar teus
silêncios
enclausurar cada eco
fluíndo do teu ser
…e ser não mais a distância
onde mergulhamos nossas existências
subitamente
mas a presença trazida num souvenir
perfumando a vida unilateralmente
Pra ser amor
desembargamos alma
que se prosta carente
Regávamos a sede dos
nossos desejos
com beijos bailando em
cada ditongo aromatizando
vertiginosamente a gargalhada
onde tentadoramente
nos esboçamos
seduzidos
infinitos….explicitamente
Pra ser amor
tínhamos que agitar a noite
vagando no timbre da tua
graciosidade
tínhamos que parir mais
que palavras sedutoras
represar nosso abraços
sintonizados numa carícia
habitando pra sempre
em nós…frenética e tentadora
Pra ser amor
mais que nós dois
tinha que haver um verbo conciliador
um sentir quase predador
transbordando num cálice
de alegria onde te bebo
avassalador
Pra ser amor
tinha que te desbravar
perscrutador
regar-te com guloseimas
de versos tão pecadores
contentar minh’alma onde
em ti me axilo pra
sempre reconciliador
FC