... As dores do crepúsculo serão prêmio,
para a almas ávidas da prata do luar...
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- Balada dos cantos da noite -
Cai o sol no oeste iniciando o poente,
o vento suspira sob um céu amarelo,
sombras desenrolam-se como velo,
num lento abraço vêm voluntariamente
As dores do crepúsculo serão prêmio,
para a almas ávidas da prata do luar,
argêntea luz em incipiente enlear,
galardão concedido ao olhar boêmio.
Completando o final da lide apagada,
cresce a agitação dos seres noturnos,
no meio das trevas de hábitos soturnos
iniciam também eles mais uma jornada.
No breu ondeiam corujas e serpentes,
panteras sob o vento aguçam os faros,
abraçados aos entes que lhes são caros
recolhem-se todos os humanos tementes.
Agora, os dedos do luar perfuram o manto
permitindo alguma cor de prata no breu
mesmo sufocado pela noite no apogeu
posso prosseguir os passos sem espanto.
Talvez desfiar uma oração num murmúrio
sem medo do vento gemendo nas grimpas,
de qualquer tremor seguem as almas limpas
os cantos da noite trazem melhor augúrio.
Depois do anoitecer a alma galga os fastígios,
com a visão ampla dos bordeis e sacrários,
a joeirar ícones, sopesar vestígios,
ouvindo os cantos místicos qual relicários.
166062016
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meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."