O DESTINO
O destino, isso a que damos o nome de destino, como todas as coisas deste mundo, não conhece a linha recta. A linha da vida se representada em eixos cartesianos como recta reduz a convivência a cinzas apagadas; qual vida enterrada que ousou despedir-se e esconder-se em sons de silêncio.
Linha recta de pensamento é unicidade rejeitada pela humanidade plural. Silêncio de metrómano desigual da madre natura. Ora, o destino do Homem acontece no espaço, tempo e persegue trajectórias complexas, adequadas à sua natureza, rebelde e inconstante.
Neste mundo esférico as coisas acontecem, surgem como fatais ou em resultado do esforço e do mérito ou, ainda, associadas ao grau de conhecimentos sociais.
Mas o tempo no seu dinamismo intemporal não se subjuga a destinos rectos e descreve trajectórias complexas e combas em polinómios de grau diverso. Tinha que ser!. Era o destino!. Estará Deus inquieto comigo? Ora essa!
A persistência da mente em busca de um almejado paraíso, por vezes, é esse desígnio curvo que nos ofusca as ideias e designamos de destino. A linha reta sendo um caso particular de circunferência de raio infinito é o trajeto percorrido em dados momentos, sobretudo para grandes viagens e na ausência de transporte rápido.
Compreende-se o universo descrito em trajectórias volúveis, com avanços e retrocessos, por vezes, variando o percurso. Será que a morte também se nos afigura como reta ou curvilínea. Será um segmento de reta?
Podemos ajustar os destinos?. Pois, como se ajuste uma reta, pergunta o matemático? E o destino está em que estado, pergunta o físico? É matéria ou anti matéria? Imaterial, diz o espiritualista? O destino será reta após a morte? . Transporta nele a obra? . A obra persegue o construtor no seu destino.
Se amar é destino, o amor é construção que se for recta pode virar erupção.
JJG, MARÇO 2016
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