DE MODO TÁCITO
Mas, d'um fôlego só se escreve o poema,
É por força de muito transpirar?...
Quando às lentes do poeta luz o olhar
E o novo se lhe impõe velho dilema.
Há-que se valer d'alguma estratagema
Quem se mete com rimas a trovar.
Pois, para o inusitado ter lugar,
Explora a linguagem de forma extrema.
Atento todo o tempo ao que ouve e fala,
-- Mas sobretudo ao gesto que cala --
O poeta deixa implícito o que quer.
Fecha-se tão hermético que, enfim,
A depender do gesto, não é sim...
Para só o iniciado compreender.
Betim - 07 11 2005
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.