Rio Douro

Caro poeta, maduro,

tenho lido algumas "coisas" suas com valor (a questão do valor até será muito subjectiva), e alinho fundamentalmente consigo no que respeita à atitude perante a vida. Tudo o que puder contribuir para poluir a minha vida, seja ruído, palavras, imagens, drogas, gases, não me interessa. A literatura que labore em demências de palavras, que não seja mais do que um ruído produzido por palavras ou frases feitas, a mim não me interessa. Prefiro não ouvir nada, o silêncio, ou apenas o sussurrar de um regato, a ter de ensurdecer numa feira de aparelhos altifalantes infatigáveis. Se eu quiser ler não me faltam livros. O que eu procuro não são textos escritos. Procuro o espírito, a corrente, que anima a vocação de escrever, não apenas alcançá-la, se ela existir, mas integrar-me nela de alguma maneira.
Cumprimentos.

Um Rio Douro que enriquece a alma do poeta!
Um abraço

À parte as directrizes poéticas da última estrofe, com as quais não discordo, mas com as quais também não me identifico totalmente, apreciei bastante a metáfora nos últimos dois versos.

Acima de tudo O Douro é um néctar poético. Como bem o degustaram Garrett, Camilo, Torga, Pascoais,Mendes, ...!Este é, para já um bom maduro...talvez venha a envelhecer...Parabéns

henrique pedro