Contos : 

A Estrada Infinita ... 5 ....

 
...Quando, há muito tempo, "conversamos" com a sua gente, ajudando-os a seguirem em frente nesta rude vereda a qual escolheram, precisávamos deixar nossa mensagem de alguma forma para os outros passantes. Naquela época, a escrita estava em sua infância, e era privilégio de poucos. Então, deixamos mensagens de outras formas, formas universais que todos, naqueles dias, podiam entender. Viemos primeiro nos sonhos. Nos sonhos de todos! Mas poucos se lembravam. Depois, deixamos mensagens por aqueles que se recordavam dos sonhos, ou podiam nos ouvir, e assim, na forma de estruturas megalíticas e estátuas, na forma de símbolos e cores, desenhos... muita coisa foi registrada. Foi um aceno nosso, uma forma de dizer..."aguentem firme, não estão sozinhos"...
Então, o "tempo" foi passando. As suas inclinações foram se refinando. A sua intelectualidade, aflorando. Veio a escrita na argila, nos papiros. Registramos assim as nossas ideias, o nosso recado. E cada dia mais a evolução artesanal do homem facilitou a nossa comunicação. Todos aprenderam a escrever, surgiu o papel, o livro, a máquina de escrever... e agora, o computador. A mensagem pode ser disseminada mais rápido, os pensamentos vão se tornando uníssonos, e o homem e a sua espécie, sem se dar conta, vai tornando-se uma só de novo. Uma só mente...
Seguindo a evolução de suas técnicas, nas muitas realidades prováveis, um dia a comunicação que deu um salto no computador, dará outro, ainda maior. Conectarão as mentes biológicas aqui, sonharão acordados. A mensagem será ainda mais disseminada e mais facilmente apreendida.
E um dia, se merecerem... ligarão um aparelho eletrônico, pouco menor que os seus atuais celulares, e dirão:
-Oi?!
-Olá!
-Vovô, é você?
-Sim, sou eu!
-Que bom é lhe ver e lhe ouvir!
-Digo o mesmo!
-E então? Como é ai do outro lado da vida? Como foi morrer?
-Nossa! Você não vai acreditar! Tenho tanto a lhe dizer!...


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London
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