Sonetos : 

Soneto do cão adestrado a sicário

 
Congelado no mistério das prontidões fantasmagóricas,
agitando arrebatados rotos trapos dos teus pendões,
acobertas-te nas rudes letras de convenções retóricas,
tecidas nas rocas das lâmias golfando aos borbotões.

Pressinto o ódio que urdido desse instinto temerário,
dá-te as necessidades do cão adestrado nas idolatrias,
vigilante a ouvir os clamores do amo, és tal o sicário,
cauto ora deslizas em tua trilha medíocre de agonias.

No estertor, só te urge apegar aos incautos recentes,
na messe alheia imiscuir-te garatujando glossários,
néscio cogitas assim estares conectado aos assentes.

Jamais, sob as cores vivas d’um arco-íris categórico,
no céu da manhã deixarás solerte longe os fadários,
o anelo obrar medial será a mútua lida em histórico.

 
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ReflexoContrito
 
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