... Não imaginava haver tantas flores nos jardins,
nem que vetustos livros de empoadas ombreiras ...”
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- Eia bellarose! -
Enlutado, choro a triste sina das pétalas delicadas,
linda rosa carmesim que teve efêmera existência,
do tronco cruelmente arrancada sem clemência.
Também vazado de mim, ao longo das estradas,
vi-me triste Pierrô decorridos tantos invernos,
nas arcadas do fundo flutuante em dias eternos.
Não imaginava haver tantas flores nos jardins,
nem que vetustos livros de empoadas ombreiras,
contassem aventuras aferradas às prateleiras,
permanecendo eternamente dentro dos folhetins,
enquanto imutáveis nos dias ao longo dos meses,
os heróis de capa e espada iam vencendo reveses.
Mira-me, pulcra rosa, a mais bela das flores,
neste cotidiano desvairado concatenando rumos,
ainda acreditava ledo em mudanças dos prumos;
atolado em obras escuras de tantos dissabores,
trago no meu rosto cansado a agrura dos anos,
manietado, traçando irreais e remotos planos.
Das memórias e do sentir bem sabe o resultado,
mesmo depois de tudo que eu já vi e já vivi,
da coragem para libertar-me prisioneiro daqui,
dos festejos deste país de sonhos golpeado,
pálido como as sombras da imaginação de Dante,
eternamente manietado, de um calabouço habitante.
Eia bela rosa! Com seu Pierrô transpor a neblina,
mais uma vez tentando livrar o espírito do esbulho!
Tomando de um toco lápis e tosco papel de embrulho,
trazer do mais íntimo recôndito que a alma acetina,
as forças para escrever nestes versos, tantos louvores,
mirando a pulcra e rubra rosa, a mais bela entre a flores.
31052016
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" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."
Poema agraciado com 1º Lugar em evento realizado pleo site Casa dos Poetas e da Poesia, em 27.05.2016