Teu olhar, descortinando
meu poema sedento
num cerimonial brejeiro
acaricia o pomar de beijos
plantado na noite engolida
pela tua
insuportável ausência
que o destino alimenta
pacifica e obedientemente
cinzela
...e nós por fim
deixamos como indulgência
nossas sonhos vulneráveis
deglutidos num feliz açoite por clemência
Todo o prazer nasce-me
em películas de vida perfumadas
em silêncios arrebatados
quando apetecívelmente nos
embrenhamos pacíficos
confundindo nossos seres
amando loucamente
ostensivos
aceitando morrer sacrificados
infestados pela bondade
redentora onde nos embebedamos
unilateralmente recíprocos
solenemente leais
alimentando o amor agora
literalmente inequívoco e serviçal
FC