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O primeiro caderno amarelo - XIV a XV

 
XIV

Manhã de segunda - l'atelier de la vie
Sem ressaca, porém sem vontade de trabalhar, mas sou obrigado a faze-lo - terminar o portão do cunhado de Joãozinho Mecânico. Diogo, o palhaço e ex- interprete do boneco Migué do Jairzinho passa velozmente numa bicicleta sem freio. O pesadelo, as neuras e outros problemas persistem, mas Deus é grande. Os ônibus parados nas garagens,é a greve dos Motoristas lutando como todos os anos por melhores salários.

Tarde -Depois de fumar e beber - Mon ami Sersion, velho colega da época do Juizado apareceu aqui na oficina. Pensei ter perdido a chave, a achei na minha bolsa. Muito louco.

XV

Começo da noite de quarta-feira
O corpo e alma entristecida, aqueles pensamentos depressivos a respeito de tudo. Me vejo um homem sem futuro. Cada vez afundo no álcool. Ontem enchi a cara de cachaça e cerveja que amanheci ruim, nem trabalhei e bebi mais umas doses - agora estou deprimido.
Pedi para a minha querida sobrinha adotiva abrir o meu e:mail e para a minha surpresa a Edilivre comunica que o livro será enviado, isso é motivo para tirar-me de minha irrequieta depressão. Meu livro vem. Agora vou dar o meu passeio tradicional,primeiro passarei na casa do traficante R.., atrás de uma boa diamba. Estou feliz, o livro vai chegar e assim aumentar a minha autoestima de escritor mesmo com as neuras (as rachaduras da oficina, alguma coisa de ruim com meu filho, o portão do Louro e outras coisitas). Tudo vai dar certo.

Deu tudo certo, peguei a chila na casa de R. e fui saboreá-la sozinho na solidão do aconchego da minha fortaleza. Nha Pú, um senhor negro aposentado sentado na cadeira em frente a sua porta. NO Varandão Penha, o PM grandão vizinho de Marron bebia solitariamente a sua garrafa de cerveja em pé no balcão conversando com o encabuloso proprietário que tudo sabe da vida dos outros e não guarda segredo de ninguém e na outra extremidade um magrinho de cabelos encaracolados via a tv. Dedé Betoneira, filho de Seu Bastos sentado na calçada conversava com Zé, o novo ajudante que trouxeram do interior para trabalhar no Deposito da família.
- Senta ai Clara - Grita irritada minha cunhada para a guriazinha que jogou o chinelo dentro do penico de Mama Grande e aproveita para dar-lhe umas palmadas na mesma.
- Esse foi muito horrível - Lamenta a pequena Larissa - Porque eles não gravam no final de semana?
Antenor no computador, Danielzinho no quarto da mesma, sentado na cama vendo a SKI. Bruce, o jovem cão acorrentado no pé da mesa rói tranquilamente um osso.


 
Autor
r.n.rodrigues
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/05/2016 12:38  Atualizado: 29/05/2016 12:38
 Re: O primeiro caderno amarelo - XIV a XV
Bom dia de Domingo.
Toda vez que passava, lá estava a pregar a palavra.
Mas só, por que na pressa do que se ter a fazer, ninguém tinha tempo de ouvir o que dizia.
Eu também estava com o tempo corrido, mas com sacar mo, me acheguei e perguntei ao pregador.
Sem plateia, não seria a hora de parar.
O homem me olhou nos olhos e com suavidade e carinho disse.
_ se parar, não mais acreditarei em minhas verdades.
E não acreditando em mim mesmo, diga me o que fazer?
Sentindo me inerte, para bloquear um próprio sonho.
Sai de fininho, deixando em suas mãos.
As derradeiras resposta.
PG