Passam dias que não vejo
o horizonte!
Passam horas que não sinto
a Luz da vida!
Não vejo quem me entenda
nem aceite ...
Que triste ser eu!
Eu por mim. Eu sozinho.
De mim a mim ...
Do berço até aqui,
daqui até à cova!
Minha angustia tão velha,
tão nova!
Tão perto e distante
daquela hora fria
em que nasci!
Levo aos ombros solidão,
o peso do Passado ...
Visto dor, culpas e cansaços;
levo pragas e lamentos
no silencio dos meus braços.
Meus olhos calados
num rosto adormecido
ausentes, fechados
num destino perdido!
Ninguém vê, ninguém sente,
ninguém, ninguém ...
E como dói este desdém!
Quando um dia eu morrer
terão pena, é verdade
mas nunca irão entender
o porquê de eu não saber
ser mais forte que a saudade!
Ricardo Maria Louro
Ricardo Maria Louro