Há desejo no olhar,
que o espelho embaçado
aos poucos revela.
O corpo aprisionado
no casulo da toalha
logo ganhará asas,
pois é no voo da borboleta
que o lírio floresce
e o delírio acontece.
Há pressa na mão,
que logo será cem,
pois é preciso que todas as carícias
percorram o seio que arde.
E há paixão nos lábios
que beijarão todos os lábios.
E que murmurarão
a canção do amor maior.
Então, as vidraças embaçadas
esconderão as entregas
e proclamarão as verdades,
enquanto voam os sentidos
por todas as liberdades.